Conte-me uma história!





Uma das lembranças muito boas que eu tenho da minha mãe na infância é das histórias que ela contava para eu dormir.
 Mamãe sempre trabalhou muito,mas nem por isso deixou de ser uma grande mãe,muito pelo contrário...sinto muito orgulho dela e tenho em mim (assim como também minhas irmãs) o seu espírito batalhador.
 À noite,mamãe naturalmente chegava cansada,mas sempre brincávamos e na hora de dormir,não poderiam faltar os contos à beira da minha cama.
 Lembro-me de uma história que mamãe me contava que ela mesma criara,sobre um gato chamado "Pelo alto".Eu gostava tanto que pedia esta mesma história toda noite.Um dia mamãe cansou-se de contar toda noite a mesma e decidiu gravá-la em uma fita cassete.Assim,passou a colocá-la à noite ao lado de minha cama,o que durou muito poucas noites pois nada substituía a presença da mamãe.O bom da história não era apenas a história em si e sim sua doce presença ao meu lado dando-me segurança e segurando a minha mão.Logo então o toca-fitas (as crianças devem achar que estou falando sobre a Idade Média ou algo assim...Não,pessoal!!!Isso foi nos anos 70!) foi novamente substituído pela voz da mamãe e tudo voltou como era antes.
 Além desta história,haviam muitas outras : Rapunzel,O rei Midas,João e Maria, A menina que falava coisas feias saíam cobras e sapos da sua boca(rs), A Comadre onça(se eu não me engano mamãe criou esta também(corrijam-me se eu estiver errada) e inúmeras outras.Isso tornou-me uma apaixonada por histórias.As histórias nos levam a outro mundo,fazem-nos esquecer os problemas mesmo que temporariamente,podem ser usadas para nos ensinar princípios morais(ou não) de forma subliminar.Histórias fazem as pessoas ficarem próximas e eu confesso que sou fã de uma boa história.Vou atrás de histórias.Estou sempre atenta visitando os sites das grandes livrarias de São Paulo para ver aos sábados quais terão contação de histórias e vou atrás.Quando as histórias começam sento-me no chão com as crianças e sinto-me como uma delas.Viajo para o mundo dos personagens e isso para mim é como uma higiene mental.
 Minhas irmãs também são ótimas contadoras de histórias.Uma delas o faz até como serviço voluntário para crianças internadas.Outra,conta histórias tão fascinantes para a minha filha Rafaela que quando ela começa,paro o que estou fazendo e sento-me para ouvir.Ambas ajuntaram-se no aniversário de 02 anos da Rafaela e deram um "show" com uma história de fantoche dos três porquinhos.Crianças de todas as idades prestaram atenção,até as maiorzinhas que já passaram dos trinta,quarenta anos ou mais.
   Para os cristãos e também para os não cristãos,vale lembrar que Cristo foi um grande contador de histórias como bem lembrou o autor Augusto Cury em seu livro"Pais brilhantes,professores fascinantes".O Mestre reunia multidões,ou ainda pequenos grupos e falava muito por parábolas que até hoje nos fazem pensar,refletir e aprender.
 Hoje estou aprendendo a ser contadora de histórias.Tal como minha mamãe,eu trabalho fora e às vezes à noite estando com muito sino,sou solicitada pela minha filha para contar histórias.Quando bate aquela preguiça de contar um conto lembro do toca-fitas...definitivamente nada substitui o carinho ou a presença humana.Nunca seremos substituídos por máquinas por mais que o mundo evolua.O dia em que isso acontecer,pobre de nós.A sorte é que eu tenho aqui em casa um ótimo criador e contador de histórias que é o Welson, meu marido.Assim,muitas vezes eu volto a ser ouvinte e isso é ótimo.Ele tem uma criatividade tal, que já até sugeri que ele comece a escrever seus contos.Quem sabe um dia eu o convenço...aí eu postarei neste  blog divulgando suas histórias singulares para meus leitores.
  E você? Gosta de histórias?Creio que sim,caso contrário não teria perdido preciosos minutos chegando até aqui,não é?
  Curta mesmo!Num mundo tão difícil,precisamos sonhar um pouco.Que assim seja.

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