VÔMITOS EM JATO



    Esta semana,Rafaela me deu mais um susto.
  Última sexta à tarde,estava trabalhando quando decidi ligar para sua babá Valéria, como faço de rotina para saber como estava a Rafaela. 
  Enquanto falava com a Valéria,ela precisou desligar o telefone pois a Rafaela começou a vomitar.Nada bom para a mãe que não está por perto...
  Ligo novamente e ela me passa que estava tudo bem:"Apenas uma golfada!",ouvi.
  Fico mais tranquila,porém com a cabeça ligada parte no trabalho,parte em casa.Bem no dia em que eu sairia mais tarde,e quem "assumiu o plantão" em casa foi o Welson,meu marido.Liguei mais tarde para ele(poucos minutos mais tarde,na verdade) e ele me passou que estava tudo bem.Meia hora depois ele me liga,novo vômito.Que agonia!!!Ninguém para me substituir no hospital,vontade louca de ir embora sem poder.Nenhuma mãe deveria passar por isso.De fato,apenas vômitos.Mas sem ver o que está acontecendo,o estado geral da criança,a cabeça da mãe pediatra começa a "viajar".E as dúvidas do pai:"Medico ou não?Com o que?Dou comida?"...Humpf.
  Enfim,meu plantão chega ao fim.Chego em casa e a encontro brincando feliz,hidratada,corada.Pergunto ao pai como foram os vômitos e ele me responde:"Vômitos em jato!"
  A resposta não poderia ser pior.Este termo é MUITO  forte para os médicos.Vômitos em jato não são simplesmente vômitos,eles são caracterizados por não serem precedidos de náuseas,são súbitos e são lançados longe, realmente como um jato.Simples???Nem tanto.Este termo "gela os ossos" de qualquer médico pois faz parte de um grupo de sintomas que caracterizam a temida MENINGITE e ocorrem por uma aumento da pressão dentro do crânio.
  Mas é claro que o bom senso é tudo.Um sintoma isolado,com uma criança bem não caracteriza qualquer doença,leve ou grave.
  Posteriormente a Rafaela vomitou novamente,já em minha presença e desta vez  o vômito não era em em jato e graças a Deus,ela pouco se abateu.Mas mesmo assim,a mãe aqui verificou "milhões"de vezes os típicos sinais meníngeos que todo médico deve testar na suspeita da doença.Mais tarde,ela teve uma febrícula e ficou irritada.Mediquei por boca e logo, logo ela já estava bem.Não era nada.Mais uma noite mal dormida por todos da casa,inclusive o Poko,nosso gato que quando alguém na casa não está bem,não dorme e fica "de plantão"ao nosso lado.
  Dia seguinte,todos cansados,Rafaela sem apetite,porém bem ativa.Aparentemente com dores abdominais.Comeu algo que não caiu bem?Algum vírus que tentou aparecer mas nem chegou a dar diarréia?Talvez.O que importa é que acabou bem.Nem precisei usar a ampola de antiemético,a agulha e a seringa atrás da qual saí correndo sexta à noite para caso fosse necessário usar.
  Mas o pai ainda não entendeu a gravidade do termo que inocentemente usou.
Agora que tudo está bem eu explico para ele.Foi apenas força de expressão,ainda bem.


   Links:Vigilância epidemiológica de Santa Catarina:
http://www.saude.sc.gov.br/gestores/sala_de_leitura/artigos/Vigilancia_Epidemiologica/meningite2.htm
                 Sociedade brasileira de infectologia,versão público geral:
http://www.infectologia.org.br/publicoleigo/default.asp?siteAcao=mostraPagina&paginaId=9&acao=guia2&guiaId=26
               
                Unicamp:
http://anatpat.unicamp.br/taneuhic.html

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