PEDIATRA NA MINHA CASA

     Esta semana,Rafaela me deu mais um susto.   Última sexta à tarde,estava trabalhando quando decidi ligar para sua babá Valéria, como faço de rotina para saber como estava a Rafaela.    Enquanto falava com a Valéria,ela precisou desligar o telefone pois a Rafaela começou a vomitar.Nada bom para a mãe que não está por perto...   Ligo novamente e ela me passa que estava tudo bem:"Apenas uma golfada!",ouvi.   Fico mais tranquila,porém com a cabeça ligada parte no trabalho,parte em casa.Bem no dia em que eu sairia mais tarde,e quem "assumiu o plantão" em casa foi o Welson,meu marido.Liguei mais tarde para ele(poucos minutos mais tarde,na verdade) e ele me passou que estava tudo bem.Meia hora depois ele me liga,novo vômito.Que agonia!!!Ninguém para me substituir no hospital,vontade louca de ir embora sem poder.Nenhuma mãe deveria passar por isso.De fato,apenas vômitos.Mas sem ver o que está acontecendo,o estado geral da criança,a cabeça da mãe pediatra começa

Ontem decidi levar a minha irmã Cris,que escreveu a postagem anterior (escolhendo a escola) para dar um "passeio" comigo pelas escolas entre as quais eu vinha indecisa para matricular a Rafaela.   É bem interessante ter a visão de uma pessoa que trabalha nesta área para dar um "diagnóstico" de cada local.   Ao visitar primeiramente sozinha as escolas tive uma impressão bem diferente da que tive desta vez,sendo guiada pelos "olhos clínicos" da Cris.   Aquilo o que eu achava normal do ponto de vista pedagógico,a Cris viu de forma bem diferente.Reparou em coisas importantes que eu não havia reparado e isso está direcionando já a minha escolha.   Levamos a Rafaela junto e ela curtiu bastante o novo ambiente,talvez não dê problemas de adaptação.   Já trabalhei durante dez anos fazendo consultas de Puericultura em uma grande escola particular da região,mas acho que adentrar neste universo como mãe é bem diferente.Achei interessante ver as coisas por outro p

Chegou a hora de matricular o filho na escola... Um momento que exige muito cuidado, reflexão e parceria. Nesta hora, tomar alguns cuidados básicos pode ser de suma importância na escolha da instituição que seja mais adequada para cada criança. Antes de iniciar a visita às escolas, a família deve fazer uma auto-avaliação de seus valores e princípios, definindo quais valores a escola escolhida deverá passar para seu filho. Deve ainda organizar seu orçamento e seu tempo a fim de possibilitar uma educação de qualidade sem maiores transtornos. Não esquecer ainda que a localização deve ser estratégica para os pais e/ou avós. Uma dica importante é reunir o máximo de informações possíveis sobre a escola, visitando o site e conversando com pais que já tenham seus filhos matriculados.  Quando for conhecer a escola, é importante analisar a estrutura da instituição, sabendo que existem espaços construídos para serem escolas e espaços adaptados. No primeiro caso, o espaço poderá ser mais adequado

  Cada dia tenho mais certeza de que nesta vida temos muitos motivos para agradecer...   No meu dia-a-dia vejo muita coisa triste.Médico precisa ter uma estrutura emocional reforçada para aguentar tudo o que vê e ouve o dia todo.Nosso trabalho é relacionado à dor das pessoas,seus problemas,seus anseios e , vale lembrar que o médico não é um "deus do Olimpo".Somos humanos.Frágeis e sujeitos a chorar como qualquer outra pessoa.   Uma vez ouvi uma paciente perguntar, ao saber que sua médica estava doente, se médico também ficava doente!!! Pode???   A nossa diferença é que somos obrigados a colocar uma carapaça para não nos envolvermos emocionalmente com nossos doentes.É difícil???Ás vezes quase impossível.Mas se não inserirmos em nosso emocional um botão "liga-desliga"  ficamos malucos.   Já aconteceu inúmeras vezes de eu chorar com paciente,com a família e  também de trazer problemas pra casa.Ultimamente, tenho tentado todas as vezes em que tenho um dia atribulado

   Existe um grupo de doenças na infância que denominamos de "Exantemáticas", que engloba doenças como sarampo, rubéola, varicela (catapora),dentre outras,havendo uma delas,relativamente comum e muitas vezes ignorada.É a doença chamada na pediatria de "Exantema súbito" e popularmente de"Roséola".   É uma doença típica do primeiro ano de vida,podendo ocorrer ainda até os dois anos de idade.É causada por um vírus da espécie do Herpesvírus que pode ser transmitido pela boca de um adulto que carrega o vírus sem ter a doença.   A história é típica:A criança apresenta dois ou três dias de febre, às vezes acompanhada de irritabilidade e/ou sintomas de resfriado;ou ainda sem qualquer outro sintoma associado. Após isso,a febre desaparece e subitamente aparece o exantema(daí o nome): bolinhas vermelhas pela pele algumas planas,outras sobrelevadas.A doença é auto-limitada e benigna,não necessitando uso de medicamentos,exceto para combater sintomas,se necessário. O

   Afogamento está entre as principais causas de morte infantil.Ocorre independente de classe social e em várias faixas etárias,variando apenas o mecanismo do acidente.Sabe-se que uma criança submersa por quatro minutos apresentará danos cerebrais irreversíveis e após seis minutos,chance mínima de sobrevida.                 PREVENÇÃO : *Nunca deixar crianças sozinhas em mar, represa, piscina,             lago,ofurô,e ainda banheirinha,tanque,balde,bacia ou qualquer local em  q ue possa se afogar.Obs:até em vasos sanitários.  *Em casa proteger região de piscina  com cerca ou portão            trancados,lembrando que mesas,cadeiras e lonas não evitam acidente  *Afastar bicicletas,brinquedos e triciclos de região de  piscina.  *Aulas de natação são importantes desde cedo mas deve-se lembrar que mesmo crianças que fazem natação pode se  afogar.  *Manter observação das crianças em água mesmo que estejam utilizando bóias,coletes salva-vidas ou brinquedos infláveis.  *Adolescentes d

   Intoxicações são muito comuns na infância,principalmente nos primeiros anos de vida.Podem ser intencionais ou acidentais.   Os produtos que mais levam à intoxicação são produtos de limpeza, medicamentos,cosméticos e plantas.   Dentre os medicamentos,os que mais levam à morte são analgésicos(para dor), antidepressivos,sedativos,hipnóticos,medicamentos para emagrecer,para problemas no coração, àlcool e drogas ilícitas.      Prevenção :                       *Reconhecer áreas de risco em casa,afastando crianças de produtos de limpeza,medicamentos,plantas,inseticidas,etc.                       *Não relacionar medicamentos a doces ao oferecer à criança.                       *Cuidado ao visitar pessoas que tomam remédios.                       *Embalagens originais de produtos devem ser mantidas,evitar acondicionar produtos em garrafas "Pet".                       *Manter trancados produtos perigosos.                       *Evitar ter em casa venenos e substâncias tó

   As quedas são as causas mais comuns de acidentes não fatais,embora também possam ser fatais.Leva a grande número de atendimentos em serviços de emergência.A maior parte ocorre em casa;outras também em escolas,parques e clubes.Podem cursar com cortes,fraturas,hematomas,luxações,etc.              PREVENÇÃO:                   *nunca deixar a criança sozinha em cima de móveis,brinquedos,etc.                 * sempre verificar segurança de brinquedos e equipamentos .                  *baixar estrado, colchão do berço assim que o bebê começar a sentar                  *não deixar travesseiros,brinquedos ou outros objetos que a criança possa usar de apoio para sair do berço                   *desestimular uso de andadores(alto índice de acidentes)                  *usar equipamentos com cinto de segurança devidamente afivelados                  *usar proteção nas escadas,redes e grades em janelas,travas de limitação em abertura de janela                 *não manter móveis próxi

   Acidentes são uma importante causa de mortalidade e invalidez na infância e na adolescência,sendo cada vez mais frequentes.  Os tipos de acidente variam com a idade da criança:      Recém-nascido: totalmente dependente do adulto,portanto o risco é de quedas(carrinho,colo,trocador,berço) queimaduras(cigarro,banho,leite ou chá quente),afogamento(banheirinha),sufocação,engasgo alimentar,síndrome da morte súbito do lactente.      Primeiro ano de vida: é um pequeno explorador.Os riscos são os já citados, além de OVACE(Obstrução de vias aéreas por corpo estranho),choques elétrico, ingestão de objetos estranhos.Incidência mais alta da síndrome da morte súbita do lactente.      De um a três anos: grande energia,porém sem compreensão do perigo.Brincam muito,correm,tendo então acidentes mais frequentes e mais graves.Os afogamentos passam a incidir também em piscinas,lagos,tanques e baldes.Começa aumentar a frequência de atropelamentos,picadas e mordeduras,quedas,intoxicações e queimad

  Aconteceu...   Há mais ou menos dois dias,eu estava pensando em escrever algo sobre acidentes na infância,por tratar-se de um tema bem importante e que sempre deve ser lembrado.Tenho uma certa experiência com o assunto por trabalhar já há alguns anos com criança,vários deles em P.S. e também trabalhar no SAMU desde 2004.Já ministrei aulas sobre este assunto para mães e alunos de Medicina e o assunto sempre foi um tanto quanto familiar para mim.Ao pensar em escrever,porém,minha intenção era escrever apenas sobre a teoria e a prática médica,uma vez que não tinha,até ontem,nenhuma experiência como mãe para contar.   Infelizmente até ontem...   No segundo dia das crianças da vida da Rafaela,tudo corria bem.Brincou a tarde toda com os priminhos Guilherme e Arthur,ganhou presentes,comeu bem,passeou bastante até que finalizamos o dia na casa dos avós paternos.Não diferente do dia todo, brincava alegre sob os olhares de todos, quando escorregou e bateu a boca próximo a uma porta de vidro

   Já estou percebendo bem cedo que educar não é fácil.  Desde pequenas,as crianças testam os nossos limites para ver até onde chegamos.Crianças precisam de regras e limites desde pequeninas,o que devemos fazer com muito amor,nunca com ira ou descontando nosso estresse do dia-a-dia.   É natural do ser humano não gostar de ser contrariado e uma criança pequena já começa demonstrar esses sinais,manifestando as crises de birra,pois não conseguem lidar com a frustração.Mas é cedo que devemos começar ensinar que na vida nem tudo é "sim",pois já começam a entender que podem nos manipular com seus choros e suas expressões de indignação.E é preciso muita firmeza para  não ceder e sempre buscar um consenso entre pai e mãe quando o "não" é expressado,caso contrário a autoridade de quem corrige é nula.Deve-se ainda tomar cuidado para não ser extremamente rígido ou tratar a criança como se tivesse o entendimento de um adulto,devemos dar exemplo e mostrar a atitude certa.   A

   Conforme relatei na postagem da vacinação H1N 1, esta pandemia surgiu em uma época coincidente com o fim da minha licença-maternidade e meu retorno ao trabalho.Retornar após vários meses curtindo em casa um bebê tão desejado é extremamente difícil para uma mãe e surgem inúmeras dúvidas em nossa mente como se devemos deixar de trabalhar,deixar o bebê em uma escola,ou com uma babá...Recebemos conselhos dos mais variados e cada pessoa com sua experiência de vida umas bem sucedidas,outras não,tentam nos orientar de forma a ajudar tanto a mamãe quanto o bebê.   Hoje em dia é muito comum isso acontecer pois as mulheres estão inseridas no mercado de trabalho e ajudam no orçamento de suas casa tal como os homens.Muitas vezes ainda,sua formação profissional consumiu muitos anos de sua vida e grandes gastos para serem concluídas.Fora o amor à profissão,que certamente não é maior que o amor pela família,mas que muitas vezes existe(no meu caso,sem dúvida existe).   Optei por reduzir minha car

  Recentemente,tivemos em nosso meio uma doença até então desconhecida por todos,que pegou de surpresa até pessoas da área de saúde.   Nunca havíamos ouvido falar da gripe suína,causada pelo vírus da família Influenza,então denominado H1N1.Na história,já ouvimos sobre a Gripe Espanhola,muito letal na época,gripe aviária e outras gripes que às vezes banalizamos tanto a ponto de chamarmos erroneamente nossos resfriados comuns de gripe,esquecendo que esta não é tão simples quanto um resfriado,podendo também levar a casos fatais,tal como vimos com a H1N1.   Em 2009,fomos atingidos por aquilo o que chamamos de Pandemia,ou seja uma incidência em curto período de tempo de grande número de casos de uma doença,espalhando-se em uma área geográfica extensa,como um continente ou até um planeta.      A pandemia do H1N1 surgiu bem na época em que a Rafaela era bebê,coincidindo com o meu retorno ao trabalho após a licença-maternidade. Foi bem preocupante para mim,pois no hospital onde trabalho ho

   Na mesma proporção em que surgem novas doenças,surgem também formas de preveni-las e de combatê-las.   Quando pequenos,tivemos algumas doenças típicas da infância.Outras não tivemos por não termos tido contato,por defesa própria do nosso organismo e principalmente por termos sido devidamente vacinados.Lembro-me de ter tido poucas doenças na infância e nenhuma grave.Varicela,por exemplo,tive aos oito anos de idade e peguei de minha melhor amiga.A doença foi bem rápida e leve.   O calendário vacinal em nossa época era bem menos extenso que o que temos hoje e isso traz muitas dúvidas aos pais,principalmente pelo fato de muitas vacinas terem começado recentemente a fazer parte das que são preconizadas pelo Ministério da Saúde.Há muito temor em relação às reações vacinais e não se pode negar que elas existem, mas geralmente são raras e benignas.O que vale então é usar do bom senso e lembrar que muito mais danoso é ter a doença,valendo o velho ditado que diz "Melhor prevenir que re