DÓI MAIS EM MIM!!!

 Tenho experimentado uma sensação estranha recentemente,pois com o passar dos dias,minha filha passa a ter,embora ainda bem pouco,a sua vida social.
  É muito estranho ver o meu "bebê" se relacionar,disputar espaço, brinquedos,etc.Acho que há dentro de toda mãe o instinto das ursas,das leoas,das onças que lutam pela sua prole e que quer criar um halo de proteção ao redor de seus filhotes,colocá-los numa redoma de vidro e dizer:"Ninguém toca!!!"Porém o mundo não é bem assim. 
  Bem difícil aceitar esta fase em que as crianças, seja na escola,em festinhas,ou em qualquer lugar, começam a defender o que é seu.Não sabem dividir ainda...e isso gera conflitos.É difícil não interferir,mas é preciso deixar as crianças se entenderem e aprender a se defender sem ser agressiva.
  Semana passada,estive na escola da Rafaela,conversando com a Coordenadora pedagógica para tentar aprender a lidar melhor com situações tão novas como esta,e recebi algumas orientações que me confortaram um pouco(isso mesmo,um pouco),mas ainda tenho MUITO a aprender.
  Último fim de semana ,estávamos em uma livraria e presenciei uma disputa da Rafaela com outra criança por um livro.Uma menina maior que ela arrancou um livro de sua mão com certa brutalidade...não aguentei e interferi.De forma sutil,simplesmente perguntei à criança se o livro era dela ou da livraria,mesmo porque ela estava com outro igualzinho na mão.Ela entendeu e dividiu os livros com minha filha,meio contrariada mas o fez.Teria feito o mesmo,como já fiz outrora,se fosse a minha filha que o fizesse com outra criança.A mãe da criança estava próxima e percebeu o mau comportamento de sua filha,a qual também é uma criança em aprendizado e talvez ela seja,como eu também sou,uma mãe em aprendizado. Tudo ficou bem e as crianças brincaram entre si normalmente.Peguei o livro,sentei com as duas e uma terceira criança e comecei a contar historinhas do respectivo livro para as mesmas.Nada demais,todos felizes,enfim.
  Fico pensando na apreensão das mães quando seus filhos crescem e vão para longe...Conversei com minha irmã semana passada cuja filha(minha querida sobrinha Pri) mora em São Francisco, e ela estava bem tensa pelo fato de a cidade estar em estado de alerta após o Tsunami do Japão.Nossa,se eu como tia fiquei preocupada,imagina a mamãe...Como dói!!!
  Às vezes é muito difícil saber o limite até onde posso ir como mãe.Acho que enquanto ela é pequena vou ter que deixar aflorado o instinto "leoa",mas às vezes inibi-lo para não super protegê-la,sempre agindo com moderação.
  Estou tentando encontrar um equilíbrio e acho que ainda chego lá,ou não.Enquanto isso,confesso que continuo "padecendo no paraíso",sentindo um amor que dói,tomada de um estranho sentimento de "defesa de território".Incrível como mesmo termos sido criados homens,humanidade,o ápice da criação de Deus,termos algo dos animais em nós:o instinto da proteção.