COVID Pediatria,funcionários contactantes




  Já é alto o número de casos de COVID 19 em profissionais de saúde.
Cada dia vejo crescer exponencialmente o número de pessoas que conheço que já foram infectadas.O vírus está muito perto.Graças a Deus,a maioria dos meus conhecidos do trabalho estão com poucos ou sem sintomas.
Mas em todo o mundo já houveram muitos casos com desfechos tristes.Muitos profissionais já perderam suas vidas.
E aí sempre vem o questionamento:onde e de quem adquirimos o vírus?
Muitas vezes, conseguimos supor que a contaminação ocorreu pela prestação de assistência a um paciente infectado, o qual podemos ter atendido não  estando totalmente protegidos ou despreparados em relação ao uso do EPI(Equipamento de proteção individual),levando á contaminação acidental Podemos nos contaminar ainda adquirindo de alguma pessoa do convívio do dia a dia que seja portador do vírus sem apresentar sintomas.
O que tenho em mente ,é que quando em ambiente de trabalho, principalmente se avaliamos um caso sabidamente portador do SARS-Cov 2,nós da área de saúde nos protegemos muito mais do que quando vamos ao mercado,ao petshop , á farmácia, na rua,no prédio,no elevador dentre  outros lugares no qual usaremos apenas a máscara e álcool gel,o que traz sim proteção ,mas não 100%,deixando-nos de certa forma, vulneráveis.
 Imagine se andássemos por aí com o mesmo equipamento em que entramos no quarto de um paciente com COVID,é provável que muitos sairiam correndo,pois quando paramentados, nos sentimos como personagens de filmes de ficção científica.
Ontem li um artigo que reuniu trabalhos de vários países, muito bem documentado, trazendo evidências de que as crianças são muito menos transmissoras do vírus que os adultos;artigo este, que defendia o retorno ás aulas,não considerando o fechamento das escolas como uma medida eficaz.*Apesar de todas as evidências apresentadas neste estudo, nada anula a realidade de que somos infectados pelo contato.
Não posso deixar de falar que crianças pequenas ,quando passam a frequentar escolas estão mais sujeitas a infecções que as que permanecem em casa**,ainda mais em períodos de inverno onde o confinamento é maior.
Em alguns países, escolas tiveram que voltar atrás após terem sido reabertas e apresentarem caso de contágio de COVID nas mesmas.***
É indiscutível que a escola ideal não é esta que nossas crianças estão vivendo neste momento,com aulas via internet,e estou certa de que nada substitui o convívio social e a interação pessoal das crianças,o abraço,as brincadeiras,etc.
Entretanto aqui em nosso país, ainda estamos com um número alto de casos e o resguardo é o que temos para o momento.
Profissionais da saúde ou não, continuemos dia a dia nos protegendo e crendo também em uma proteção maior que vem do alto.  Seguimos vivendo um dia de cada vez e sabendo que muito temos ainda a aprender com tudo isso.


*Children are not COVID-19 super
spreaders: time to go back to school
Alasdair P S Munro ,1,2
Received 23 April 2020
Accepted 28 April 2020
Arch Dis Child 2020;0:1–2.
doi:10.1136/archdischild-2020-319474
Alasdair P S Munro http://orcid.org/0000-0002-4317-
0742

**7 Nesti MMM, Goldbaum M. Infectious diseases and daycare and preschool education. J Pediatr 2007; 83(4):299-312.

***Por: Diario de Pernambuco
Publicado em: 18/05/2020 17:01

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