COVID desabafo
Este post não é um informativo sobre a doença é sim um desabafo de uma médica.
Meu desabafo em tempos de COVID
Vivemos tempos incertos .Não sabemos como será o amanhã.
Sem jargões, mas mais do que nunca tenho certeza que só a Deus pertence a resposta sobre nossos próximos dias.
Esta epidemia,ou melhor,pandemia veio,chegou e se instalou sem nos pedir licença.
Entre as idas e vindas de um médico ja é rotina nunca saber o que vai encontrar em seu dia,aliás assim é para cada um de nós, médicos ou não.
É sair de casa e viver um dia totalmente diferente do outro.
Quem dirá agora...os dias estão estranhos.
Cada dia sabemos de mais pessoas infectadas .
Quando tudo começou ouvíamos falar que o primo do conhecido do amigo estava infectado;
agora é o nosso amigo, nosso colega de plantão, nosso paciente,para muitos o seu familiar.
E estamos assustados
Estudamos ,nos preparamos tanto intelectualmente como emocionalmente para lidarmos com a dor, com a morte,com a má notícia,mas somos humanos e na hora H sentimos sim medo
Não só pelo excesso de notícias , mas sim por sabermos que estamos expostos,que a doença está perto de cada um de nós, por estarmos vulneráveis...
Muitas vezes expostos até ao descaso de algumas autoridades em nossos locais de trabalho, que pela falta de material,nos trazem orientações questionáveis de que não precisamos usar equipamentos de proteção. O descaso muitas vezes da população. Enquanto muitos nos chamam de super heróis há outros que agridem e repudiam nossos profissionais como se fôssemos os únicos vetores da infecção, num momento em que todos já são vetores em potencial.
Somos pessoas e não deuses: Sentimos frio, dor,choramos, temos fome,
sede,adoecemos nos compadecemos do próximo e como todo ser humano,temos medo.
Não queremos louros em nossas cabeças, nem tampouco capas de super heróis. Queremos respeito.
Embora vivendo sob tensão,temos nosso tempo de falar e nosso tempo de calar.Tempo de rir e tempo de chorar,tempo de dormir e de acordar Tempo de comer,de nos resguardamos e de termos paz quando em nossos lares.
Somos humanos,somos vulneráveis.
Somos médicos,enfermeiros, técnicos de enfermagem,psicólogos, fonoaudiologos,fisioterapeutas,farmacêuticos, policiais, agentes da segurança ,da limpeza, dentre outros.Todos trabalhando juntos.Ninguem melhor que ninguém mas precisando um do outro.
Peço a todos respeito e oração para continuarmos de pé a exercer aquilo o que nos propusemos quando escolhemos estar onde estamos,prontos para servir,esperando ajudar quem precisa.Esperando ser úteis e juntos salvarmos quanto mais vidas pudermos. Acreditando que cada um que não está á frente de batalha ,está fazendo sua parte, resguardando-se em suas casas e acreditando com fé que vamos sair dessa.
Este é o meu desabafo e que Deus nos ajude a passar por tudo isso, pois vai passar e que seja com o mínimo de danos e perda possível.
Ana Flávia de Borthole
Médica pediatra
Meu desabafo em tempos de COVID
Vivemos tempos incertos .Não sabemos como será o amanhã.
Sem jargões, mas mais do que nunca tenho certeza que só a Deus pertence a resposta sobre nossos próximos dias.
Esta epidemia,ou melhor,pandemia veio,chegou e se instalou sem nos pedir licença.
Entre as idas e vindas de um médico ja é rotina nunca saber o que vai encontrar em seu dia,aliás assim é para cada um de nós, médicos ou não.
É sair de casa e viver um dia totalmente diferente do outro.
Quem dirá agora...os dias estão estranhos.
Cada dia sabemos de mais pessoas infectadas .
Quando tudo começou ouvíamos falar que o primo do conhecido do amigo estava infectado;
agora é o nosso amigo, nosso colega de plantão, nosso paciente,para muitos o seu familiar.
E estamos assustados
Estudamos ,nos preparamos tanto intelectualmente como emocionalmente para lidarmos com a dor, com a morte,com a má notícia,mas somos humanos e na hora H sentimos sim medo
Não só pelo excesso de notícias , mas sim por sabermos que estamos expostos,que a doença está perto de cada um de nós, por estarmos vulneráveis...
Muitas vezes expostos até ao descaso de algumas autoridades em nossos locais de trabalho, que pela falta de material,nos trazem orientações questionáveis de que não precisamos usar equipamentos de proteção. O descaso muitas vezes da população. Enquanto muitos nos chamam de super heróis há outros que agridem e repudiam nossos profissionais como se fôssemos os únicos vetores da infecção, num momento em que todos já são vetores em potencial.
Somos pessoas e não deuses: Sentimos frio, dor,choramos, temos fome,
sede,adoecemos nos compadecemos do próximo e como todo ser humano,temos medo.
Não queremos louros em nossas cabeças, nem tampouco capas de super heróis. Queremos respeito.
Embora vivendo sob tensão,temos nosso tempo de falar e nosso tempo de calar.Tempo de rir e tempo de chorar,tempo de dormir e de acordar Tempo de comer,de nos resguardamos e de termos paz quando em nossos lares.
Somos humanos,somos vulneráveis.
Somos médicos,enfermeiros, técnicos de enfermagem,psicólogos, fonoaudiologos,fisioterapeutas,farmacêuticos, policiais, agentes da segurança ,da limpeza, dentre outros.Todos trabalhando juntos.Ninguem melhor que ninguém mas precisando um do outro.
Peço a todos respeito e oração para continuarmos de pé a exercer aquilo o que nos propusemos quando escolhemos estar onde estamos,prontos para servir,esperando ajudar quem precisa.Esperando ser úteis e juntos salvarmos quanto mais vidas pudermos. Acreditando que cada um que não está á frente de batalha ,está fazendo sua parte, resguardando-se em suas casas e acreditando com fé que vamos sair dessa.
Este é o meu desabafo e que Deus nos ajude a passar por tudo isso, pois vai passar e que seja com o mínimo de danos e perda possível.
Ana Flávia de Borthole
Médica pediatra
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