NO LIMITE DO CANSAÇO

  Acho que precisamos ser mãe/pai para entender aquilo o que fizemos com os nossos pais(Ainda somos os mesmos,e vivemos como os nossos pais?).
  Eu nem imaginava ,quando pequena,quão cansados deveriam estar os meus pais ao chegarem de seus respectivos trabalhos.
  Era tanta a saudade,que eu queria mais que tudo brincar.Nunca entenderia o que representaria minha mamãe ser diretora de uma escola com mais de 2 mil alunos ou meu papai trabalhar num banco de grande porte ,atendendo clientes extremamente exigentes.Olhamos os adultos como se fossem nossos "amiguinhos",pensando que eles têm o nosso pique.E no meu caso,não tinha irmãos com idade tão próxima à minha exceto a Cris,embora com alguns anos de diferença. 
  Às vezes mamãe chegava primeiro,às vezes,papai.Eu corria para pegar meus brinquedos como bonecas,triciclo,trenzinhos,playmobil,dentre outros e enchia a sala de casa com todos eles,muitas vezes bem na hora do" Jornal Nacional"(não tinha Discovery kids naquela época,e se tivesse acho que ainda assim o Cid Moreira prevaleceria).
  Todos davam o máximo de si e brincavam comigo.Às vezes eu percebia que o ânimo deles não era tão grande assim,mas a vantagem de família grande com muitos irmãos mais velhos é que dá para "rodiziar",isto é,hoje um está cansado demais,outro supre e assim vai.
  Hoje entendo o que é cansaço.As crianças,uma vez crianças,não entendem o que é isso,e nem devem.Quando estou extremamente cansada,o que ultimamente tem sido bem frequente,vou até o limite do cansaço para não deixar a Rafaela sem atenção.Posso estar com dor de cabeça,dor nas costas,o que for brinco com ela até a hora de ela ir dormir.E assim revezamos eu e seu pai.
  Aqui no prédio onde moramos,a Rafaela tem vários amiguinhos:a Júlia,o Gugu,o Giovani e eles brincam bastante.Principalmente a Júlia,pois as duas são bem apegadas e passam boa parte do dia juntas.Quando chego do trabalho,ela certamente brincou o dia todo,mas não cansou.
  Acho,porém que o tempo comigo é necessário e por maior que seja a vontade de me jogar no sofá,ou ir para um"Day Spa"  mergulhar num delicioso ofurô após um duro dia de trabalho,a alegria de estar com ela renova as minhas forças e vou até onde aguento,muitas vezes até onde não aguento.Acho que tudo isso faz parte da maternidade(e da paternidade).
  E eu que achava que ter um gato era um treino para ter um filho...ilusão.

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